quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Confira depoimentos sobre o VII Encontro Ser-tão Brasil


Grandes queridos e queridas SER-TANEJOS!
Por Sérgio Bahialista- Pedagogo; Cordelista; integrante da Rede de Arte-Educação Ser-tão Brasil

Imensamente feliz fico com esta vitória através da nossa arte de ser mais gente, de mostrar que os velhos podem regar suas rugas e mostrar para todos que são mais que fontes de saber e magia de conhecimento!

Uma vitória mais que especial que mobiliza sonhos de formação cultural digna, enaltecendo os saberes e fazeres do nosso povo como referência curricular na escola (na instituição) e na escola imensa que é Boa Vista do Tupim, esse povo arretado de belo!

Quando eu inaugurei a Cordelteca Roque Trabuco eu disse isso: Esta Cordelteca será uma Universidade SER-TÃONEJA aberta. A partir de hoje os muros desta escola não existem mais! Assim que é e assim será!

Parabéns Rede Ser-tão Brasil! Parabéns a nós que com nossa Arte adentramos o espaço de decisão política, que sempre foi nosso de direito e dever, e fizemos diferença! Abraço ao meu irmão de Luz, Weldon e todos os jovens que buscaram realizar este sonho durante longos anos! Marcela, Aline, Leandro, Isis, Gueu, Dinaira, Nayara e tantos outros que passaram pelo Arte Cidadã e os novos que se achegaram!

E Vamos que vamos, queridos Mestres e Mestras, Maria Eugênia, Dona Maria do Carmo, Seu Roque (que lá do céu canta seus sambas e bate seu pandeiro no chão), Dona Aninha, enfim, todos e todas que fazem arte com poesia, música, dança, teatro, Comunicação e Produção! 

Aquele Axé e vamos que vamos porque atrás vem muuuita gente!  Inté + v!


"Tempo presente, tempo de reunião e ação"
Marcela Moreira, arte-educadora e amiga da Rede

Agradeço a Rede Ser- tão Brasil, e ao convite de Maria Eugênia, por promover o encontro de irmãos. Por me fazer encontrar ou “rever”: avós, mães, filhas, pessoas de mesmo DNA, mesma intenção na vida que por grandeza do espaço/território se afastam, mas se encontram no tempo. Tempo presente, tempo de reunião e ação. Tempo, hoje, da era comunitária onde a fruição da arte e da vida flui como água corrente com sua força flexível e leveza, como é a rede. Ver a reunião no bairro dos artistas, verem meninos falarem de suas vontades, viver a preparação de um lugar de festa comunitária, como foi o início da revitalização do centro de memória 13 de Maio.

Tudo que vivi nesses cinco dias de Ser- tão Brasil, gerou em mim, ser- tão brasileira, ser mais Brasil, mais humana, mais amorosa e mais apoderada de minhas escolhas, minhas histórias, meus caminhos. Na certeza de que eu preciso de meu país inteiro para ser mais inteira. A verdade e a espontaneidade dos versos, das histórias, das coisas que vi por lá: D. Zizi, seu jardim e seus bordados “arte de veia doida”; Marinalva e seu trio amoroso; Erlí seus paninhos e seis meninos.

A doçura de Papaim, o sorriso de Nadir. Tamborzinho de Aninha e seus companheiros Vado e Maria do Carmo. O trabalho incansável dos “meninos de blusa verde”, Weldon, Aline, Beth e outros mais... O sorriso e o abraço em meio à correria. Além da grande inspiração e gratidão que transborda do coração levo comigo a vontade_ de fazer rimar a vida! de rever Papaim! de tocar caixa de folia com Aninha que Márcio, de São Gabriel vai fazer para mim.


Ser-tão Brasil- Semeando os saberes e fazeres do nosso povo- Boa Vista do Tupim
Por Vicente Barros, arte-educador, amigo da Rede 

Agradeço a Maria Eugênia pelo telefonema convidando para irmos para o Ser-tão Brasil, pela acolhida a nossa família, gerou em mim acreditar que é possível trabalharmos e levarmos a Flor com a gente, sonho que sempre sonhamos juntos, eu e Marcela de ir pro mundo, juntos, em família para brincar e construir junto ao povo.

Agradeço a Aline por chegar no domingo, quando estávamos começando a desmontar parte da exposição e recolocando as coisas da escola no lugar, por dizer que não precisava fazer aquilo, que eles, da organização estariam cuidando disso, e que era para descermos para participar da última conferência que era importante estarmos lá, o que gerou em mim reconhecer que nosso trabalho lá também estava dentro da rede, e que podíamos contar com ela, não estávamos sozinhos, e perceber que ali acontecia dois encontros simultaneamente, da rede com a comunidade, e um encontro deles com eles mesmos, participantes dessa rede.

Agradeço a Marinalva por abrir e fechar o centro recreativo 13 de maio todos os dias, por zelar pelo espaço, e ficar junto com a gente durante os três dias de evento, e participar de tudo que fazíamos, o que gerou em mim encanto e identificação quando vi ela sentada na porta da exposição vendo tudo que estava acontecendo, e cuidando do que estava exposto.
Agradeço pela Marinalva dizer para Marcela quando a Flor mordeu sua filha, “ô Marcela não liga não, isso é coisa de criança, criança é assim mesmo” elas estavam brincando e a Flor encarnou o lobo. Vi que ela criava seus filhos como a gente vem criando a Flor, na convivência, aceitando todos os tipos de manifestação mesmo, as coisas que são espontâneas e naturais das crianças, sem a tensão que é criada em algumas situações aqui no Rio quando a Flor vai abraçar uma criança, gesto de afeto dela.

Agradeço por ouvir muitos versinhos novos, e cantar junto com o povo, a música sereia, música que aprendi com a Lydia, gerou em mim uma identificação direta, e me sentir a vontade para participar daquela brincadeira cantando meus versinhos. Agradeço ao Arnaldo por chegar à tarde no Centro Recreativo 13 de maio já tirando os papéis das paredes e dizer que era importante ocupar aquele espaço, gerou em mim vontade de ir lá catar os paus e já começar a montar a exposição e ocupar o espaço com ação.

Agradeço a Maria Eugênia por perguntar que nome iríamos dar para aquilo que iríamos fazer, e por propor que seria uma revitalização, o que gerou em mim reconhecer que era exatamente isso que fizemos lá, e que venho fazendo na Argentina, no córrego, nas rodas de brincar. Revitalizar, dar vida, ativar o movimento vivo, que é dado com ações no lugar, ações feitas por pessoas juntas com a mesma intenção animam o espaço, revitalizando o espaço. E aí me vem o exemplo da Erli, quando passávamos pela rua, falando com dona Zizi para levar seus panos, e Erli falou que ia para lá com as crianças bordar, porque as crianças ficavam juntas com as outras brincando, e ela podia ter tempo para sentar e bordar, assim o espaço já estava criado por eles mesmos.

Agradeço a Ângela por contar que naquele lugar, antes de ser escola, era um espaço que reunia as pessoas, era um espaço de convivência do lugar, o que gerou em mim, reconhecer que o trabalho ali foi de reativar essa função do espaço, que já tinha sido isso. Nossas ações foram de desfazer, um desfazer cuidadoso, da configuração de uma sala de aula, e futura retirada da coluna, para depois fazer, revitalizar o espaço com a montagem da exposição.                  
Agradeço ao Weldon por durante o cortejo chamar no microfone “cadê o povo do Rio de Janeiro?” me fez sentir parte daquela rede, daquele lugar, pertencer por alguns dias a Boa Vista do Tupim, eu e minha família. Já que antes quando ele falava Boa Vista do Tupim, Tupim, Tupim... a gente já levantava e gritava como se fossemos mesmo de lá. O bacana desse momento foi ver que mesmo com tantas coisas para cuidar e realizar, ele estava ali na sua inteireza, convocando a todos para estarem naquela grande festa.  


"Sonho que se sonha juntos é realidade!”
Weldon Bittencourt, Rede Ser-tão Brasil, morador de Boa Vista do Tupim

Boa Vista do Tupim, cidade do Semi Árido com cause 20 mil habitantes acorda ao som dos cantos dos pássaros celebrando o seu sistema de cultura aprovado por unanimidade, os desafios continuam, agora é lutar pra que as leis sejam de fato cumpridas. Celebremos juntos, a Rede contribuiu em muito nesse processo. É de fato o que o poeta diz: "Sonho que se sonha juntos é realidade!”. Um mundo brincante de realidades e verdades concretas para as nossas crianças!


Car@s CRIAtiv@s!
Maria Eugênia Milet

Realizamos juntamente com o povo de Boa Vista do Tupim - mobilizado por Weldon e seus grupos de jovens (CAECA e Projeto Jovem Cidadão), com a Rede Ser-Tão Brasil e amigos colaboradores o VII Encontro Ser-Tão Brasil - Semeando os Saberes e Fazeres do Nosso Povo! Foi um lindo Encontro, resultado de 1 ano e 8 meses de muito trabalho marcado por muitos aprendizados no verdadeiro  sentido de Rede. Desde a Abertura ficou clara a intenção de valorizarmos as crianças e os mais velhos (mestres do local) pela encenação que Weldon apresentou com seus jovens e crianças cantando, tendo no centro uma senhora mestra tecendo uma esteira.

Na mesa de Abertura, uma criança e um jovem falaram com muita propriedade. Lá estavam o Prefeito, o Presidente da Câmara, Secretário de Educação, representantes da SECULT e da Rede (eu e Arnaldo), além, de Weldon como Diretor de Cultura de BVT. Todos citaram a importância da construção do Sistema Municipal de Cultura de BVT - e aquele Encontro configurado como uma Conferência Livre. Como a Câmara de Vereadores não havia ainda aprovado o Plano de Cultura, como haviam se comprometido, ficou como compromisso aprovarem hoje (estamos no aguardo de notícias).

Os mestres de cerimônia da abertura foram Romilson - que tanto se doou para a Rede -, e a professora Denise, uma senhora educadora muito ativa na cidade, que esteve muito dentro desta construção. Foram brilhantes! Depois a programação seguiu muito bem, com atividades paralelas e integradas. Todos estavam tranqüilos e alegres.

As oficinas de arte culminaram com um lindo Cortejo e depois uma roda maravilhosa. Depois vimos o vídeo do VI Encontro. E roda de conversa sobre os aprendizados do 1º dia. Enquanto as oficinas aconteciam, eu com Lu Bezerra estávamos interagindo com os vizinhos do Quintal das Crianças. Vicente e Marcela e Arnaldo estavam trabalhando com outros vizinhos na revitalização do Centro Cultural. E uma roda aconteceu com mais de 30 mestres, de lá sairam propostas para a Conferência Estadual de Cultura. Aninha e Dona Maria do Carmo sempre cantando, encantando...
Os resultados das oficinas foram muito promissores para educação pública de BVT! O sábado foi dedicado às crianças e mestres com a Abertura do Quintal de manhã, com muitas crianças e mestres brincando e Lu com equipe de gente preparando o terreno p o plantio de + de 50 árvores. No Centro Cultural o trabalho continuava...E de noite todos lá estavam numa linda confraternização!!! Muitas artes expostas por antigos moradores, queridos amigos que fizemos - bordados, cestos...E exposição de fotos destes moradores. Na frente muito samba, terno de reis...Lá lançamos nosso vídeo Encontros de Bem-Querer!

Foi lindo ver todo aquele povo se reconhecendo nas poesias de Manoel Grande...Nos caminhos da Beleza.Emocionante demais!Mas de manhã ainda teve a ida para a Feira e a inauguração da Biblioteca de Cordel numa escola pública, numa casinha de barro feita só para este fim. De tarde aconteceu a última oficina de formação para professores, - Formação para a Diversidade étnico-cultural, orientada por Iaracira, Dona Alva e Inussa. Muitos compareceram e se comprometeram de levar as propostas para a semana pedagógica.

Aconteceram também as Conferências das Crianças e dos Jovens. As propostas estão sendo sistematizadas hoje para enviarmos para Weldon que vai com Arnaldo e Wagner p Vitória da Conquista representando a Rede, com os resultados desta Conferência Livre. Ou seja, ainda estamos trabalhando nisso. Os resultados destas Conferências foram impressionantes. As crianças de BVT têm voz e muita desenvoltura. Eram 78 com muito para sugerir. Os jovens também!!!! Domingo, pé de cachimbo. Hora de trocarmos ideias, sabermos das propostas e afirmarmos nossos laços de carinho...
Cada um voltou para seu lugar. Todos mais alimentados com um sonho comum. Ser-Tão Brasil!
Abraços apertados sertanejos.

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