Grandes queridos e queridas SER-TANEJOS!
Por Sérgio Bahialista- Pedagogo;
Cordelista; integrante da Rede de Arte-Educação Ser-tão Brasil
Imensamente feliz fico com esta vitória através da nossa
arte de ser mais gente, de mostrar que os velhos podem regar suas rugas e
mostrar para todos que são mais que fontes de saber e magia de conhecimento!
Uma vitória mais que especial que mobiliza sonhos de formação
cultural digna, enaltecendo os saberes e fazeres do nosso povo como referência
curricular na escola (na instituição) e na escola imensa que é Boa Vista do
Tupim, esse povo arretado de belo!
Quando eu inaugurei a Cordelteca Roque Trabuco eu disse
isso: Esta Cordelteca será uma Universidade SER-TÃONEJA aberta. A partir de
hoje os muros desta escola não existem mais! Assim que é e assim será!
Parabéns Rede Ser-tão Brasil! Parabéns a nós que com
nossa Arte adentramos o espaço de decisão política, que sempre foi nosso de
direito e dever, e fizemos diferença! Abraço ao meu irmão de Luz, Weldon e
todos os jovens que buscaram realizar este sonho durante longos anos! Marcela,
Aline, Leandro, Isis, Gueu, Dinaira, Nayara e tantos outros que passaram pelo Arte
Cidadã e os novos que se achegaram!
E Vamos que vamos, queridos Mestres e Mestras, Maria
Eugênia, Dona Maria do Carmo, Seu Roque (que lá do céu canta seus sambas e bate
seu pandeiro no chão), Dona Aninha, enfim, todos e todas que fazem arte com poesia,
música, dança, teatro, Comunicação e Produção!
Aquele Axé e vamos que vamos porque atrás vem muuuita
gente! Inté + v!
"Tempo
presente, tempo de reunião e ação"
Marcela Moreira,
arte-educadora e amiga da Rede
Agradeço a Rede Ser- tão Brasil, e ao convite de Maria
Eugênia, por promover o encontro de irmãos. Por me fazer encontrar ou “rever”:
avós, mães, filhas, pessoas de mesmo DNA, mesma intenção na vida que por
grandeza do espaço/território se afastam, mas se encontram no tempo. Tempo
presente, tempo de reunião e ação. Tempo, hoje, da era comunitária onde a
fruição da arte e da vida flui como água corrente com sua força flexível e
leveza, como é a rede. Ver a reunião no bairro dos artistas, verem meninos
falarem de suas vontades, viver a preparação de um lugar de festa comunitária,
como foi o início da revitalização do centro de memória 13 de Maio.
Tudo que vivi nesses cinco dias de Ser- tão Brasil, gerou
em mim, ser- tão brasileira, ser mais Brasil, mais humana, mais amorosa e mais
apoderada de minhas escolhas, minhas histórias, meus caminhos. Na certeza de
que eu preciso de meu país inteiro para ser mais inteira. A verdade e a
espontaneidade dos versos, das histórias, das coisas que vi por lá: D. Zizi,
seu jardim e seus bordados “arte de veia doida”; Marinalva e seu trio amoroso;
Erlí seus paninhos e seis meninos.
A doçura de Papaim, o sorriso de Nadir. Tamborzinho de
Aninha e seus companheiros Vado e Maria do Carmo. O trabalho incansável dos
“meninos de blusa verde”, Weldon, Aline, Beth e outros mais... O sorriso e o
abraço em meio à correria. Além da grande inspiração e gratidão que transborda
do coração levo comigo a vontade_ de fazer rimar a vida! de rever Papaim! de tocar
caixa de folia com Aninha que Márcio, de São Gabriel vai fazer para mim.
Ser-tão Brasil- Semeando os saberes e fazeres do nosso povo- Boa Vista do Tupim
Ser-tão Brasil- Semeando os saberes e fazeres do nosso povo- Boa Vista do Tupim
Por Vicente Barros, arte-educador, amigo da Rede
Agradeço a Maria Eugênia pelo telefonema convidando
para irmos para o Ser-tão Brasil, pela acolhida a nossa família, gerou em mim
acreditar que é possível trabalharmos e levarmos a Flor com a gente, sonho que
sempre sonhamos juntos, eu e Marcela de ir pro mundo, juntos, em família para
brincar e construir junto ao povo.
Agradeço a Aline por chegar no domingo, quando
estávamos começando a desmontar parte da exposição e recolocando as coisas da
escola no lugar, por dizer que não precisava fazer aquilo, que eles, da organização
estariam cuidando disso, e que era para descermos para participar da última
conferência que era importante estarmos lá, o que gerou em mim reconhecer que
nosso trabalho lá também estava dentro da rede, e que podíamos contar com ela,
não estávamos sozinhos, e perceber que ali acontecia dois encontros
simultaneamente, da rede com a comunidade, e um encontro deles com eles mesmos,
participantes dessa rede.
Agradeço
a Marinalva por abrir e fechar o centro recreativo 13 de maio todos os dias,
por zelar pelo espaço, e ficar junto com a gente durante os três dias de
evento, e participar de tudo que fazíamos, o que gerou em mim encanto e
identificação quando vi ela sentada na porta da exposição vendo tudo que estava
acontecendo, e cuidando do que estava exposto.
Agradeço
pela Marinalva dizer para Marcela quando a Flor mordeu sua filha, “ô Marcela
não liga não, isso é coisa de criança, criança é assim mesmo” elas estavam
brincando e a Flor encarnou o lobo. Vi que ela criava seus filhos como a gente
vem criando a Flor, na convivência, aceitando
todos os tipos de manifestação mesmo, as coisas que são espontâneas e naturais
das crianças, sem a tensão que é criada em algumas situações aqui no Rio quando
a Flor vai abraçar uma criança, gesto de afeto dela.
Agradeço
por ouvir muitos versinhos novos, e cantar junto com o povo, a música sereia,
música que aprendi com a Lydia, gerou em mim uma identificação direta, e me
sentir a vontade para participar daquela brincadeira cantando meus versinhos. Agradeço
ao Arnaldo por chegar à tarde no Centro Recreativo 13 de maio já tirando os
papéis das paredes e dizer que era importante ocupar aquele espaço, gerou em
mim vontade de ir lá catar os paus e já começar a montar a exposição e ocupar o
espaço com ação.
Agradeço
a Maria Eugênia por perguntar que nome iríamos dar para aquilo que iríamos
fazer, e por propor que seria uma revitalização, o que gerou em mim reconhecer
que era exatamente isso que fizemos lá, e que venho fazendo na Argentina, no córrego,
nas rodas de brincar. Revitalizar, dar vida, ativar o movimento vivo, que é
dado com ações no lugar, ações feitas por pessoas juntas com a mesma intenção
animam o espaço, revitalizando o espaço. E aí me vem o exemplo da Erli, quando
passávamos pela rua, falando com dona Zizi para levar seus panos, e Erli falou
que ia para lá com as crianças bordar, porque as crianças ficavam juntas com as
outras brincando, e ela podia ter tempo para sentar e bordar, assim o espaço já
estava criado por eles mesmos.
Agradeço
a Ângela por contar que naquele lugar, antes de ser escola, era um espaço que
reunia as pessoas, era um espaço de convivência do lugar, o que gerou em mim, reconhecer
que o trabalho ali foi de reativar essa função do espaço, que já tinha sido
isso. Nossas ações foram de desfazer, um desfazer cuidadoso, da configuração de
uma sala de aula, e futura retirada da coluna, para depois fazer, revitalizar o
espaço com a montagem da exposição.
Agradeço ao Weldon por durante o cortejo chamar
no microfone “cadê o povo do Rio de Janeiro?” me fez sentir parte daquela rede,
daquele lugar, pertencer por alguns dias a Boa Vista do Tupim, eu e minha
família. Já que antes quando ele falava Boa Vista do Tupim, Tupim, Tupim... a
gente já levantava e gritava como se fossemos mesmo de lá. O bacana desse
momento foi ver que mesmo com tantas coisas para cuidar e realizar, ele estava
ali na sua inteireza, convocando a todos para estarem naquela grande festa.
"Sonho
que se sonha juntos é realidade!”
Weldon
Bittencourt, Rede Ser-tão Brasil, morador de Boa Vista do Tupim
Boa Vista do Tupim, cidade do Semi Árido com cause 20 mil
habitantes acorda ao som dos cantos dos pássaros celebrando o seu sistema de
cultura aprovado por unanimidade, os desafios continuam, agora é lutar pra que
as leis sejam de fato cumpridas. Celebremos juntos, a Rede contribuiu em muito
nesse processo. É de fato o que o poeta diz: "Sonho que se sonha juntos é
realidade!”. Um mundo brincante de realidades e verdades concretas para as
nossas crianças!
Car@s
CRIAtiv@s!
Maria
Eugênia Milet
Realizamos juntamente com o povo de Boa Vista do Tupim -
mobilizado por Weldon e seus grupos de jovens (CAECA e Projeto Jovem Cidadão),
com a Rede Ser-Tão Brasil e amigos colaboradores o VII Encontro Ser-Tão Brasil
- Semeando os Saberes e Fazeres do Nosso Povo! Foi um lindo Encontro, resultado
de 1 ano e 8 meses de muito trabalho marcado por muitos aprendizados no
verdadeiro sentido de Rede. Desde a
Abertura ficou clara a intenção de valorizarmos as crianças e os mais velhos
(mestres do local) pela encenação que Weldon apresentou com seus jovens e
crianças cantando, tendo no centro uma senhora mestra tecendo uma esteira.
Na mesa de Abertura, uma criança e um jovem falaram com
muita propriedade. Lá estavam o Prefeito, o Presidente da Câmara, Secretário de
Educação, representantes da SECULT e da Rede (eu e Arnaldo), além, de Weldon
como Diretor de Cultura de BVT. Todos citaram a importância da construção do
Sistema Municipal de Cultura de BVT - e aquele Encontro configurado como uma
Conferência Livre. Como a Câmara de Vereadores não havia ainda aprovado o Plano
de Cultura, como haviam se comprometido, ficou como compromisso aprovarem hoje
(estamos no aguardo de notícias).
Os mestres de cerimônia da abertura foram Romilson - que
tanto se doou para a Rede -, e a professora Denise, uma senhora educadora muito
ativa na cidade, que esteve muito dentro desta construção. Foram brilhantes!
Depois a programação seguiu muito bem, com atividades paralelas e integradas.
Todos estavam tranqüilos e alegres.
As oficinas de arte culminaram com um lindo Cortejo e
depois uma roda maravilhosa. Depois vimos o vídeo do VI Encontro. E roda de
conversa sobre os aprendizados do 1º dia. Enquanto as oficinas aconteciam, eu
com Lu Bezerra estávamos interagindo com os vizinhos do Quintal das Crianças.
Vicente e Marcela e Arnaldo estavam trabalhando com outros vizinhos na
revitalização do Centro Cultural. E uma roda aconteceu com mais de 30 mestres,
de lá sairam propostas para a Conferência Estadual de Cultura. Aninha e Dona
Maria do Carmo sempre cantando, encantando...
Os resultados das oficinas foram muito promissores para
educação pública de BVT! O sábado foi dedicado às crianças e mestres com a
Abertura do Quintal de manhã, com muitas crianças e mestres brincando e Lu com
equipe de gente preparando o terreno p o plantio de + de 50 árvores. No Centro
Cultural o trabalho continuava...E de noite todos lá estavam numa linda confraternização!!!
Muitas artes expostas por antigos moradores, queridos amigos que fizemos -
bordados, cestos...E exposição de fotos destes moradores. Na frente muito
samba, terno de reis...Lá lançamos nosso vídeo Encontros de Bem-Querer!
Foi lindo ver todo aquele povo se reconhecendo nas
poesias de Manoel Grande...Nos caminhos da Beleza.Emocionante demais!Mas de
manhã ainda teve a ida para a Feira e a inauguração da Biblioteca de Cordel
numa escola pública, numa casinha de barro feita só para este fim. De tarde
aconteceu a última oficina de formação para professores, - Formação para a
Diversidade étnico-cultural, orientada por Iaracira, Dona Alva e Inussa. Muitos
compareceram e se comprometeram de levar as propostas para a semana pedagógica.
Aconteceram também as Conferências das Crianças e dos
Jovens. As propostas estão sendo sistematizadas hoje para enviarmos para Weldon
que vai com Arnaldo e Wagner p Vitória da Conquista representando a Rede, com
os resultados desta Conferência Livre. Ou seja, ainda estamos trabalhando
nisso. Os resultados destas Conferências foram impressionantes. As crianças de
BVT têm voz e muita desenvoltura. Eram 78 com muito para sugerir. Os jovens
também!!!! Domingo, pé de cachimbo. Hora de trocarmos ideias, sabermos das
propostas e afirmarmos nossos laços de carinho...
Cada um voltou para seu lugar. Todos mais alimentados com
um sonho comum. Ser-Tão Brasil!
Abraços apertados sertanejos.